17 de julho de 2011

Linguagem de rádio


No 1º semestre de 2010, o professor da disciplina Radiojornalismo II, Gil Santiago, pediu que elaborássemos uma matéria (de no máximo quatro minutos) e que escolhêssemos temas que interessassem ao ouvinte. A matéria seria veiculada no programa Frequência Universitária, da Rádio Eldorado 1330 AM, de Ribeirão Preto-SP.

O Frequência é um programa, com duração entre uma e duas horas, produzido, editado e apresentado pelos alunos de jornalismo da Unaerp. Esse programa conta com editorias fixas como: esporte, livro, filme, saúde, música e cultura, mas criamos também diversas outras editorias, como educação, economia, agronegócio, moda, etc.

Diante da importância sobre o transporte público para deficiente - apresentada no último post no Robin Hood de Saia - pensei em estender a discussão e divulgar as informações obtidas nesse veículo de abrangência local: o rádio.

A partir daí, eu e meu colega de classe e de profissão, Leandro Martins, adaptamos a reportagem do impresso para a linguagem de rádio. Realizamos entrevistas com uma preocupação maior com a sonora e elaboramos o roteiro da matéria. O técnico de áudio, Henrique Falleiros, ajudou-nos com a edição da reportagem, no programa Sound Forge. Aliás, programa que utilizo até hoje para edição de músicas.

Confira abaixo, o roteiro e o resultado do nosso trabalho. Não se atente ao sotaque puxado (porrrrta, porrrteira e porrrrtão), e sim ao conteúdo e a qualidade do material. Futuramente será necessário umas sessões de fono para perder alguns vícios na pronúncia e na linguagem.



ROTEIRO DE RÁDIO

REPÓRTERES: Bruna Zanuto e Leandro Martins
EDITORIA: Cidade
DURAÇÃO: 4’10”
DATA: 13/05/2010

LOCUTOR
A norma técnica catorze mil e vinte e dois / diz que até dois mil e catorze todo o sistema de transporte coletivo / deverá se tornar acessível para todos. / As três permissionárias Turb, Transcorp e Rápido D’Oeste, que prestam serviços de transporte coletivo na cidade de Ribeirão Preto, / disponibilizam trezentos e onze ônibus / distribuídos em oitenta e quatro linhas. / Os deficientes contam com setenta e sete veículos adaptados, / que não é suficiente para atender a demanda.

REPÓRTER LEANDRO MARTINS
Ribeirão Preto possui oitenta e quatro linhas de transporte coletivo / por onde circulam trezentos e onze ônibus e trinta vans do sistema Leva e Traz, / que operam gratuitamente vinte e oito rotas. / Desse total de veículos, / setenta e sete ônibus e dezesseis vans / são adaptados para pessoas com algum tipo de deficiência / ou com mobilidade reduzida.
No ano de dois mil e oito, / apenas oito veículos eram adaptados para pessoas com deficiência. / O aumento aconteceu a partir do ano passado com setenta ônibus adaptados.
As linhas do transporte coletivo em Ribeirão que tem maior demanda de usuários com algum tipo de deficiência são / Ribeirão Verde, Jardim Amália, Jardim Heitor Rigon, Fórum, Iguatemi e Hospital das Clínicas.
A norma NBR catorze mil e vinte e dois / diz que até dois mil e catorze todo o sistema de transporte coletivo, / incluindo pontos de parada, terminais e o sistema viário, / deverão se tornar acessíveis para todos.
Segundo o diretor de transporte da Transerp, José Mauro de Araújo, / apenas parte dos transportes em algumas linhas estão adaptados. / Ele também explica que a norma será cumprida com dois anos de antecedência.

SONORA JOSÉ MAURO DE ARAÚJO
D.I.: “Cada linha tem uma frota de veículos...”
D.F.: “...com toda a frota adaptada.”

REPÓRTER BRUNA ZANUTO
Ribeirão possui sessenta e oito mil pessoas com algum tipo de deficiência. / A maior dificuldade que essas pessoas encontram para utilizar o transporte coletivo / é a falta de acessibilidade.
A pouca disponibilidade de ônibus adaptados/ também prejudica o atendimento das pessoas que precisam de atenção especial / durante o percurso.
Outro problema encontrado nesses veículos / são as várias funções que tem de ser desempenhadas pelo motorista. / A ajuda que o condutor oferece aos deficientes / é prejudicada pela falta de tempo disponível, / sendo que ele ainda precisa dirigir e voltar o troco aos demais usuários.
O Leva e Traz possui dezesseis vans adaptadas, / sendo que dessas apenas catorze estão em circulação. / As outras duas ficam de reserva para substituição, / caso ocorra algum problema.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Sheila Simões, / o número de vans disponíveis não é suficiente para atender / todos os deficientes cadastrados no conselho.

SONORA SHEILA SIMÕES
D.I.: “A maior dificuldade no transporte...”
D.F.: “...98 pessoas cadastradas aqui no conselho.”

REPÓRTER BRUNA ZANUTO
Para Sheila Simões, / o sistema de transporte para deficiente apresenta falhas. / Várias queixas são registradas diariamente pelos deficientes que utilizam os veículos adaptados.

SONORA SHEILA SIMÕES
D.I.: “Nós temos reclamações diárias...”
D.F.: “...cadeira de rodas ele não eleva.”

REPÓRTER LEANDRO MARTINS
Além dos cadeirantes, / os deficientes visuais também sofrem com as barreiras impostas / pelo sistema de transporte coletivo. / Os pontos de ônibus no centro da cidade também atrapalham. / Os deficientes visuais não conseguem saber qual ônibus está se aproximando / e nem sempre as pessoas estão dispostas a ajudá-los.
A acessibilidade apresenta problemas / na medida em que interfere na disposição de poltronas dos veículos / e na falta de cobertura de alguns pontos de transporte coletivo. / É o que afirma o deficiente visual Luiz Gonzaga Peres.

SONORA DEFICIENTE
D.I.: “e a maioria deles...”
D.F.:”...passa dali a vinte minutos.”

D.I.: “geralmente o seu banco...”
D.F.:”...porta pra ele descer.”

REPÓRTER BRUNA ZANUTO
Mesmo com toda a frota adaptada, / a partir de dois mil e catorze é interessante conscientizar a todos que não possuem nenhum tipo de deficiência, / que respeitem as pessoas com determinadas limitações / ou com mobilidade reduzida. / Pois, hoje, o deficiente é visto como mais um dentro do veículo / e não alguém que precisa de atenção especial. / Leandro Martins e Bruna Zanuto / para o Freqüência Universitária.

#curiosidades

Utilizamos a barra / nos textos de rádio para marcar os locais onde faremos uma breve pausa para respirar e não perder o fôlego na metade da leitura. Nem sempre ela coincide com o ponto final ou com a vírgula. E detalhe importante: cada um tem um ritmo, portanto, é interessante que quem for apresentar um texto, pontue-o com a / no local onde achar necessário fazer a pausa.

 Colocamos os numerais em negrito para ficar nítido onde começa e onde termina a leitura de um número que tenha mais de duas palavras como, por exemplo, vinte e dois. Pois, se houver casos de números extensos, teremos pouca chance de falar o número pela metade e cometer uma gafe ao vivo.

As abreviações DI e DF significam, consecutivamente, Deixa Inicial e Deixa Final, ou seja, onde começa e termina a sonora do entrevistado, facilitando a vida do técnico de áudio durante a edição.

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